César Viana

 “The Portuguese composer César Viana – born in England, in 1963, and now resident in Spain – is an all-round musician: conductor, pianist, early-music enthusiast, folklorist and flautist, with a special interest in the shakuhachi, the Japanese bamboo flute. His resulting familiarity with Zen Buddhism has left its mark on his music, where the clean lines of Japanese art combine with a fondness for the contrapuntal textures that form the basis of much European art-music – imagine Bach and Hindemith in the formal elegance of a stone garden, warmed by a touch of western wit.”

— (Toccata Classics)

César Viana é um compositor português atualmente a viver em Espanha. Nascido em Southampton, Reino Unido (1963), estudou composição na Escola Superior de Música de Lisboa, com Constança Capdeville e Christopher Bochmann, e é licenciado em Musicologia (Universidade Nova de Lisboa) e em Flauta de Bisel (Conservatório Nacional). Encontra-se a concluir a sua tese de doutoramento (Universidade do Minho), que analisa práticas tonais na música erudita ocidental do século XX. A música de Viana reflete o seu profundo envolvimento com as tradições clássicas ocidentais (sobretudo — mas não exclusivamente — os mestres do contraponto, de Palestrina e Bach a Hindemith e Bartók), integrando também elementos da música japonesa para shakuhachi, do sistema árabe do Maqam, do jazz modal e das tradições modais populares ibéricas. As suas obras têm sido interpretadas e gravadas internacionalmente por destacados artistas e agrupamentos.

Viana é autor de inúmeras obras em todos os domínios da música de concerto, incluindo as óperas Debussy e Mélisande (libreto de Claudio Hochman) e O Último Canto (libreto do próprio compositor), a cantata pascal Carmina Passionis, o Concerto Grosso – As 4 Estações de Lisboa, o Concerto para Saxofone Tenor e Banda Sinfónica, Zhaba, e Danças do Cru para orquestra. Entre as suas obras de câmara e ensemble destacam-se Laberinto del Oído (quinteto com piano), De Près (ensemble com voz), Aus der Tiefe (quarteto de cordas) e Sermaf (violino e viola), entre outras.

Carlos Marín Rayo gravou recentemente algumas peças para piano de Viana para a Toccata Records (TOCC0771), editora que já lançara anteriormente várias das suas obras de câmara. Viana mantém uma estreita colaboração artística com a Musicamera Produções, como compositor e intérprete. Outros colaboradores frequentes incluem o Ensemble João Roiz, o pianista Carlos Marín Rayo e a saxofonista Julia Segovia Verdejo.

Como maestro, flautista e compositor, gravou para editoras de prestígio (EMI, RCA, BMG, Philips, Resonare, Strauss, Toccata). Recuperou, transcreveu e editou inúmeras obras orquestrais de compositores portugueses dos períodos Barroco ao Romântico, tendo também dirigido diversas gravações de campo de música tradicional portuguesa. No início da sua carreira profissional, desempenhou funções como acompanhador de dança e intérprete de música antiga. Exerceu funções artísticas e administrativas em Belgais — Centro para o Estudo das Artes (fundado por Maria João Pires), na Orquestra Metropolitana de Lisboa e no OPART (gestão do Teatro Nacional de São Carlos, Orquestra Sinfónica Portuguesa e Companhia Nacional de Bailado).

Atualmente, Viana é professor de Análise Musical no Centro Superior Katarina Gurska, em Madrid, mantendo uma intensa atividade como intérprete, tanto em flauta de bisel barroca como em shakuhachi — a tradicional flauta de bambu do budismo Zen japonês. César Viana é um multi-instrumentista que, para além da flauta de bisel e do shakuhachi, toca também piano, guitarra jazz, alaúde árabe (oud) e instrumentos de sopro da música antiga. A sua vasta coleção de instrumentos musicais pode ser visitada na Instrumenteca de Castelo Branco (Centro de Portugal).